quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Música para 1º e 2º anos: 3 O que ensinar?

Atenção: Leia as postagens na ordem do roteiro didático no menu Música para 1º e 2º anos: Revista Nova Escola , a direita da tela.

3.1 Música, cultura e repertório.

É importante que as crianças entendam a música como uma modalidade artística de expressão das sociedades em diferentes épocas e lugares

O contato com a música é imprescindível desde os primeiros anos da Educação Infantil. A partir do 1º ano do Ensino Fundamental, no entanto, é possível propor que as crianças comecem a compreender a música enquanto linguagem dotada de sentido, uma forma de expressão dos povos em diferentes épocas e lugares.

Por isso, no trabalho com as séries iniciais é fundamental que se apresentem obras de diversos artistas e gêneros, produzidas em períodos distintos da história - desde a música barroca, por exemplo, até as canções do nosso folclore regional, parlendas e cantigas de roda. A formação do repertório (que influi diretamente na construção do gosto da criança) passa pela audição de músicas dos mais diferentes tipos, pela experimentação de apresentações musicais e artísticas de comunidades e pela apreciação da produção musical de diferentes regiões do país, consideradas em sua diversidade.

Nas séries iniciais, as crianças precisam se familiarizar com diferentes ritmos e estilos e compreender a importância da música para as civilizações. Por isso, você deve colocar a turma em contato com diferentes fontes de registro e preservação da produção sonora, como as partituras e os discos, por exemplo. É essencial que as crianças conheçam os recursos disponíveis para ter acesso e divulgar a música em diferentes espaços.

Outro ponto importante é propor situações para que, até o final do 2º ano, os alunos possam reconhecer a forma, o som e algumas características comuns aos diferentes instrumentos. Abra espaço nas aulas para que as crianças tragam as músicas e os instrumentos que conhecem. Uma boa atividade é montar um painel na sala com as imagens dos instrumentos, agrupados pelas famílias - cordas (violino, viola, violoncelo, contrabaixo), madeiras (flautas, oboés, fagotes), metais (saxofone, trompete, trompa, trombone) e percussão (chocalhos, tambores, triângulos, xilofones) - ou pelo som - instrumentos de som grave e de som agudo, por exemplo.


(Obs: correção musicalizabrasil: Saxofone é um instrumento da família das madeiras, apesar de ser feito de metal.)

Usar instrumentos de verdade nas aulas também é muito importante. Mesmo que você não saiba tocá-los, você pode convidar um músico para ir à escola fazer uma demonstração. Outra alternativa é usar discos que mostrem o som dos instrumentos.

Vale lembrar: as aulas de música, mesmo quando ministradas pelo professor unidocente, não devem ser pautadas apenas pelas canções de comando, como "meu lanchinho, meu lanchinho...", ou pelas datas comemorativas. É preciso que as crianças compreendam a importância da linguagem musical para a expressão humana.


Link original: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/musica-1o-2o-anos-640283.shtml?page=3.1


3.2 Apreciação e audição

Ouvir atentamente é imprescindível para interpretar e viver a experiência estética da música

Ouvir muita música para aprender música. Este é um princípio fundamental. Segundo o educador musical inglês, Keith Swanwick, apreciar uma música não é algo que sabemos desde sempre, não é instintivo. Precisamos educar nossos ouvidos para a apreciação. À medida que aprendemos a escutar, nossa experiência com a linguagem musical se torna cada vez mais rica, pois aprendemos a interpretar a intencionalidade de cada artista em uma composição e, depois, passamos a desenvolver nosso próprio potencial criativo para nos expressarmos por meio da música (como veremos adiante, no item 3.4 Improvisos e composições).

Se na Educação Infantil, o foco das atividades em música é a experimentação - as brincadeiras e o reconhecimento dos sons -, as séries iniciais são o momento mais apropriado para aprofundar a audição dos alunos e apresentar a eles diferentes repertórios - da produção regional, nacional e internacional, em diferentes períodos da história. Até o final do 2º ano espera-se que as crianças sejam capazes de reconhecer diferentes sons (os barulhos na sala de aula, os sons dos objetos, diferentes timbres de voz, o som dos instrumentos etc.) e já consigam discutir, com alguma propriedade, o que pode e o que não pode ser classificado como "música".

O eixo apreciação trata desse contato dos alunos com o patrimônio musical da humanidade. Por isso, ao longo das aulas de música, é fundamental que eles possam assistir a algumas apresentações ao vivo (de grupos folclóricos regionais ou uma performance sua com instrumentos, por exemplo) e conheçam diferentes gêneros musicais, apreciados em som e em imagens (os alunos podem assistir, em vídeo, a trechos de uma ópera ou de um show de rock, por exemplo). O importante é que todos compreendam que, para aproveitar a experiência estética e sensível que a música proporciona, a audição não pode ser despreocupada, despropositada. Ela tem de ser atenta - e você é o responsável por oferecer caminhos para que os alunos se desenvolvam nesse sentido.


Uma boa atividade é fazer com que, ao longo das audições, as crianças façam relações entre a linguagem musical e a escrita musical. Isso não significa que você terá que ensinar notação musical aos alunos - primeiro eles precisam entender por que precisam das notas, depois porque este não é um aprendizado essencial nas séries iniciais - mas você pode combinar escritas com a turma: desenhar uma sequência rítmica de bolas e quadrados, por exemplo, em que as bolas pintadas indicam silêncios, as bolas sem preenchimento significam uma palma e os quadrados indicam duas batidas seguidas com os pés no chão.

As atividades de audição e apreciação também devem ser compartilhadas pela turma: organize momentos na rotina para que os alunos comentem as emoções que cada música evocou e possam associar essas sensações a aspectos reais da obra escutada. Você deve orientar as crianças, oferecendo informações sobre a história da música e o contexto de produção do artista.

Link Original: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/musica-1o-2o-anos-640283.shtml?page=3.2


3.3 Percepção de variações sonoras

Identificar os elementos da linguagem musical é um dos objetivos do trabalho no 1º e 2º anos


Antes de aprender a compor ou a se expressar por meio dos sons, as crianças precisam compreender alguns conceitos da chamada teoria musical. Entender as noções de forma e gênero musical, assim como os elementos desta linguagem - o pulso, o compasso, o ritmo, as notas musicais - são conhecimentos essenciais para que os alunos se desenvolvam. A esse eixo damos o nome de percepção.

Isso não significa que as aulas de música devam ser planejadas apenas como aulas expositivas de teoria. Pelo contrário. Segundo a educadora musical Maura Penna, "musicalizar é desenvolver os instrumentos de percepção necessários para que o indivíduo possa ser sensível à música, apreendê-la, recebendo o material sonoro/musical como significativo". Em outras palavras, nunca perca de vista os objetivos pedagógicos de cada uma das atividades propostas para a turma - vale lembrar que as aulas de música não podem ser confundidas com momentos de recreação. No entanto, utilizar jogos e brincadeiras musicais é uma boa estratégia para ensinar os conceitos básicos da linguagem musical - quando as crianças usam chocalhos para marcar o pulso de uma canção, quando cantam ou usam o corpo como instrumento (veja mais sobre os improvisos e composições no item 3.4) - estão aprendendo noções elementares que serão cruciais para o aprendizado de música nos anos seguintes do Ensino Fundamental.

Até o final do 1º ano, as crianças devem dominar os conceitos relacionados às variações de altura (sons graves e agudos), intensidade (sons fortes e fracos), duração (sons lentos e rápidos) - -  "correção musicalizabrasil - duração: curtos e longos" - e timbre (as distinções de sons que estão em uma mesma frequência ou intensidade) - os chamados quatro parâmetros do som. Nesse período, não se preocupe em ensinar a notação musical para as crianças. Explore jogos como, por exemplo, "morto-vivo", em que as crianças levantam quando escutam sons agudos e abaixam quando escutam sons graves; cante muito com os alunos; de preferência, toque instrumentos de verdade com eles - piano, violão, flauta doce ou instrumentos de percussão disponíveis na escola; organize brincadeiras de roda e associe à música a outras linguagens, como a da dança, por exemplo.


No 2º ano, você pode explorar melodias mais complexas no canto, pois a turma já será capaz de acompanhar as letras das canções. A voz carrega muitos elementos da linguagem musical.


Dicas para as atividades de percepção das variações sonoras

- Quando for cantar, procure usar um tom de voz suave e não muito grave, pois nessa fase, a voz das crianças tende ao agudo. Também evite usar expressões como "cantem mais alto", porque isso costuma levar às crianças a gritar e o que queremos é, justamente, que elas percebam o limite entre música e barulho.

- Proponha jogos de "maestro e orquestra" com as crianças, em que gestos corporais combinados com o grupo determinam o ritmo do que deve ser cantado ou tocado. Primeiro, você faz às vezes de maestro e depois propõe uma troca com os alunos para que cada um deles exerça essa função e comande os movimentos e sons produzidos pela turma.

- Explore os sons dos objetos da sala de aula: os sons da batida de um lápis no metal das carteiras é mais grave ou mais agudo que o som da batida das mãos na madeira da porta?

- Sempre que trabalhar com instrumentos, especialmente os de percussão - triângulos, clavas, chocalhos, caxixis, tambores etc. -, faça uma roda com os alunos. Assim, fica mais fácil para que eles percebam como devem manusear os instrumentos e para que possam ouvir uns aos outros.


- Leve em conta o que as crianças já sabem para ampliar o repertório da turma e procure saber que instrumentos elas já conhecem. Sempre que possível, utilize instrumentos de verdade nas aulas. Caso contrário, faça com que os alunos tenham acesso a gravações com o som dos instrumentos. Para trabalhar os conceitos de forte/fraco, grave/agudo e lento/rápido, você também pode construir alguns dispositivos sonoros, como veremos a seguir.


Construção de dispositivos sonoros

Ter instrumentos de verdade na escola é um passo fundamental para que se elabore um bom projeto de formação musical dos alunos. Em 2010, o Ministério da Educação (MEC) distribuiu kits com instrumentos musicais para mais de 1800 escolas públicas, com recursos do programa Mais Educação. Caso sua escola ainda não tenha sido contemplada, informe-se com o diretor escolar ou com as Secretarias de Educação sobre os procedimentos indicados para solicitar os instrumentos.

Mas, é possível construir com os alunos dispositivos sonoros, cujo objetivo é demonstrar os quatro parâmetros do som. Trabalhe com esses objetivos propondo algumas sequências rítmicas.

Chocalhos feitos com garrafas pet ou latas e diferentes tipos de grãos (como arroz, feijão ou grãos de areia) servem para demonstrar sons mais graves ou mais agudos; tambores de lata ou feitos com galões de água, recobertos com pedaços de feltro ou bexigas, também geram variações sonoras interessantes. Um par de clavas pode ser construído com pedaços de um cabo de vassoura ou duas colheres de pau que devem ser batidas uma contra a outra, para trabalhara a noção de pulsação (o pulso, a "batida" da música). Os alunos podem, ainda, produzir uma baqueta ao colocar uma borracha ponteira no lápis.

Link Original: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/musica-1o-2o-anos-640283.shtml?page=3.3


3.4 Improvisos e composições

Nas séries iniciais a voz e o corpo são os principais instrumentos de aprendizagem

No 1º e no 2º ano os alunos precisam compreender a música enquanto linguagem dotada de sentido e capaz de evocar as nossas emoções. Por isso, as ações de produção musical - tocar, cantar, compor, improvisar, dançar conforme a música - são imprescindíveis no planejamento das aulas dessa modalidade artística.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, "nas produções musicais em sala de aula, é importante compreender claramente a diferença entre composição e interpretação. Numa canção, por exemplo, elementos como melodia ou letra fazem parte da composição, mas a canção só se faz presente pela interpretação, com todos os demais elementos: instrumentos, arranjos, características interpretativas, improvisações etc.". Para que o aluno consiga expressar elementos da linguagem musical, portanto, ele precisa tomar diferentes interpretações como referência, e precisa de tempo para se desenvolver por meio delas, até que adquira condições para incorporar a canção com todos os seus elementos. Espera-se com isso que as crianças consigam, progressivamente, traduzir simbolicamente realidades interiores (impressões, emoções, sensações) por meio da música.

Ou seja, para que consigam compor sequências rítmicas, interpretar canções ou até mesmo improvisar sobre elas, é necessário que as crianças entrem em contato com um vasto repertório musical, de diferentes épocas e lugares; consigam apreciar as músicas que escutam e percebam os elementos que estruturam os sons na música.


A professora Vivian Agnolo Barbosa, da Alecrim Dourado Formação Musical, em Curitiba, indica a elaboração de jogos musicais cumulativos para trabalhar a improvisação com os alunos: sentados em roda, os alunos devem eleger um colega para começar o jogo. Este aluno deve, então, criar uma pequena célula rítmica e executá-la usando o corpo (bater duas palmas, por exemplo). A próxima criança na roda deve repetir o ritmo elaborado pelo colega e acrescentar a ele uma nova célula rítmica. O jogo segue até que todos os alunos da roda ampliem a sequência rítmica e consigam executá-la. O seu papel é orientar as crianças, e propor desafios que estimulem a criatividade.

As atividades de canto também estão presentes na rotina. Para além das canções ensaiadas para as datas comemorativas, explore com os alunos o repertório de cirandas, parlendas, músicas do folclore regional e do repertório popular brasileiro. No 1º ano aposte em melodias simples e em letras que possam ser facilmente decoradas pelos alunos. No 2º ano, você pode propor canções com letras mais longas e melodias mais complexas. Com os conceitos de grave/agudo, lento/rápido e fraco/forte bem fixados, proponha interpretações com a voz e com o corpo (bater palmas, estalar os dedos, bater os pés do chão etc.) que explorem, também, nuances entre esses elementos - os sons meio fortes, ou meio fracos, por exemplo.

Por fim, as composições também podem ser feitas por meio de escritas combinadas - uma sequência de círculos, triângulos e quadrados, por exemplo, em que círculos representam duas palmas, triângulos representam um pulso da sequência em silêncio e quadrados indicam a repetição de uma frase cantada. Isso faz com que as crianças comecem a compreender por que precisam das notas e qual a lógica da notação musical formal - que será trabalhada somente a partir 3º ano, quando as crianças começam a trocar as ações musicais feitas com a voz e com o corpo, para a produção musical em instrumentos cada vez mais complexos (como a flauta doce, por exemplo).

Link Original: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/musica-1o-2o-anos-640283.shtml?page=3.4



 

Música para 1º e 2º anos: 2 Por que ensinar?

Atenção: Leia as postagens na ordem do roteiro didático no menu Música para 1º e 2º anos: Revista Nova Escola a direita da tela.

A música evoca o sensível, as impressões. A formação musical dos alunos implica prepará-los para perceber a música (e o mundo) como manifestação da cultura e das potências humanas

Crianças ouvem música tocada pelo professor


A música, quando entendida como linguagem sonora, possui um "vocabulário" que é constantemente construído por diferentes sociedades, em diferentes épocas e lugares. Essa linguagem - que é uma linguagem artística - é o que nos permite compreender, muitas vezes, aquilo que a linguagem da fala não consegue explicitar. A música evoca nossos sentimentos, nossas impressões a respeito das coisas e sobre o nosso "estar no mundo". E é fundamental ter isso em mente quando for planejar as atividades de música na rotina da escola.

Fazer a formação musical das crianças, isto é, musicalizá-las, conforme o jargão da área, é desenvolver os instrumentos de percepção necessários para que os alunos tornem-se sensíveis à música. Mais do que isso: quando planejamos um jogo, uma brincadeira musical ou uma atividade com instrumentos de percussão, para que a criança entenda o que é o ritmo, por exemplo, queremos, adiante, que ela seja capaz de criar sentido para aquilo que ouve. Podemos ir ainda mais além: queremos que este aluno consiga expressar-se por meio da linguagem musical - seja pela produção de sequências sonoras, seja pela apreciação e julgamento crítico daquilo que ouve.


Um pouco de teoria

Para o compositor e maestro alemão, Hans-Joachim Koellreutter (1915-2005), que viveu no Brasil por longos anos e contribuiu para a formação de grandes nomes da nossa música, como Tom Jobim, Guerra Peixe, Marlos Nobre e o maestro Isaac Karabtchevsky, o objetivo do processo de Educação musical é o sensível, o que torna cada um de nós "humanos". Ele diz:


"Na sociedade moderna, a arte torna-se um meio de preservação e fortalecimento da comunicação pessoa a pessoa e de sublimação da melancolia, do medo e da desalegria. (...) Somente um tipo de Educação musical é capaz de fazer justiça à situação que acabo de descrever: aquele tipo de Educação musical não orientado para a profissionalização de musicistas (do músico), mas aceitando a Educação musical como meio que tem a função de desenvolver a personalidade do jovem como um todo, de despertar e desenvolver faculdades indispensáveis ao profissional de qualquer área de atividade, ou seja, por exemplo, as faculdades de percepção a apercepção; as faculdades de comunicação; as faculdades de concentração (autodisciplina), de trabalho em equipe, ou seja, a subordinação dos interesses pessoais aos do grupo; as faculdades de discernimento, análise e síntese, desembaraço e autoconfiança, a redução do medo e da inibição causados por preconceitos, o desenvolvimento da criatividade, do senso crítico, do senso de responsabilidade, da sensibilidade de valores qualitativos e da memória e, principalmente, o desenvolvimento do processo de conscientização de tudo, base essencial do raciocínio e da reflexão, em nosso tempo".

Link Original: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/musica-1o-2o-anos-640283.shtml?page=2

Música para 1º e 2º anos: 1 O que é música?

A música está intimamente ligada às tradições e à cultura das sociedades na história. Compreender esta linguagem é chave para construir a sensibilidade .

Crianças tocam chocalhos e outros instrumentos de percussão
 
No dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, o termo música é definido como a arte de se exprimir por meio de sons, seguindo regras que variam conforme a época e a civilização. No âmbito da Educação Musical, contudo, a música deve ser entendida como linguagem artística, imprescindível para a formação humana dos alunos. As composições, interpretações e improvisações que comumente chamamos de "músicas" são, na verdade, produtos desta linguagem.
 
Aprender música na escola significa, portanto, aprender a se expressar por meio dos sons e desenvolver habilidades como o canto, a execução instrumental, a audição e a improvisação sonora. O desafio, agora, é considerar toda essa diversidade da produção musical brasileira e mundial (que está em discos, filmes, na internet, nas canções, ou no som puro da voz e dos instrumentos) e leva-la para a sala de aula de maneira planejada.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte, para que a aprendizagem de música faça sentido na formação cultural e cidadã dos alunos desde as séries iniciais, é necessário que todos tenham oportunidades para participar ativamente como ouvintes, intérpretes, compositores e improvisadores de sequências rítmicas, dentro e fora da sala de aula. Diz o documento: "A escola pode contribuir para que os alunos se tornem ouvintes sensíveis, amadores talentosos ou músicos profissionais. (...) Ela pode proporcionar condições para uma apreciação rica e ampla, onde o aluno aprenda a valorizar os momentos importantes em que a música se inscreve no tempo e na história".
A música já é um conteúdo obrigatório em toda a Educação Básica, ministrado por professores especialistas ou unidocentes. É o que determina a Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008, que acaba de entrar em vigor. Cabe aos educadores organizar as aprendizagens fundamentais da linguagem musical para que os alunos construam conhecimento crítico e sensível, para além da vivência de jogos musicais e das aprendizagens da escrita musical - que, evidentemente, integram um bom planejamento do ensino de música até o final do Ensino Fundamental.
 
 
A especificidade do trabalho no 1º e 2º anos
Percepção e apreciação são palavras chave para o trabalho com o 1º e o 2º anos. Nas séries iniciais, as crianças percebem a música enquanto linguagem. Isso significa desenvolver a percepção auditiva com relação aos elementos básicos da linguagem musical: o pulso, o ritmo, o compasso e as notas musicais (veja o significado desses termos no glossário). Para isso, é fundamental trabalhar com a turma os quatro parâmetros do som: intensidade (sons fortes e fracos); timbre (que permite distinguir sons em uma mesma frequência ou em uma mesma intensidade - o som do violão é diferente do violino, por exemplo); altura (sons graves e agudos) e duração (sons lentos e rápidos).
 
(obs: "musicalizabrasil adaptando melhor o termo -  duração: sons curtos e longos")
Nessa fase, ofereça aos alunos diferentes experiências e coloque as crianças em contato com o nosso patrimônio musical. Atividades para ouvir e cantar cantigas de roda, temas do folclore nacional, internacional e clássicos da canção popular não podem faltar no planejamento. São momentos importantes para a formação do gosto e a construção do repertório dos alunos.
 
 
 
 

Música para 1º e 2º anos: Revista Nova Escola

A Revista Nova Escola da editora abril tem uma excelente série para música na escola e o musicalizabrasil vai colocá-la na íntegra pra você. Bom Proveito!!!

Roteiro passo a passo para iniciar a formação musical das crianças no 1º e no 2º ano do Ensino Fundamental.

Objetivos no 1º e 2º anos Compreender a música como linguagem e conhecer os quatro parâmetros do som: timbre, intensidade, altura e duração.


reportagem: Paula Nadal (paula.nadal@abril.com.br).


Música para 1º e 2º anos

 Link Original: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/musica-1o-2o-anos-640283.shtml?page=0

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Educação Musical: Série Pedagogias: Método Willems 5 - Síntese

Educação Musical Willems

Síntese

Carmen Mettig Rocha


É inegável o valor da música no processo do desenvolvimento da criança uma vez que promove a participação total do ser humano dinâmico - sensorial, afetivo,mental e espiritual.
Quando realizada dentro do verdadeiro espírito, a música colabora no desenvolvimento de todas as faculdades humanas, daí a necessidade de por a Educação Musical ao alcance de todos.
De acordo com os princípios do professor Edgar Willems (ver caderno nº 0 ), a
iniciação musical propõe-se a:


1. desenvolver nas crianças o amor pela música e prepará-los com alegria para a prática vocal ou instrumental da música.
2. Dar as crianças por meio meios apropriados e vivos, um máximo de possibilidades de aprenderem música, ainda que não sejam especialmente dotados para isso.
3. dar esta oportunidade quanto possível a todas as crianças o que é realizável, visto que os elementos fundamentais de atividade musical são próprios a todo ser humano Ao fazer esta afirmação pensamos no instinto rítmico, na audição, na sensorialidade, na emotividade, na inteligência ordenadora da criança.
4. Dotar a Educação Musical desde o começo de raízes profundamente humanas. Trata-se não apenas de ensinar “rudimentos da música” mas, ainda, sobretudo, de estabelecer as bases da arte musical. O contato com as crianças, suas reações, tendências e iniciativas dão, a este respeito, as mais valiosas indicações ao educador.
5. Favorecer por meio da música viva, o desabrochar da criança.

E como condições básicas indispensáveis ao educador, ele aponta:


• Amar a criança e a música.
• Conhecer as bases psicológicas de Educação Musical e a psicologia infantil.
• Encarar a música como meio de cultura humana.

Além disso, o professor deve ser dinâmico, receptivo à vida, possuidor de imaginação criadora, entusiasta e desta forma, ao mesmo tempo em que ele realiza um trabalho de Educação Musical ele permite a si mesmo um maior enriquecimento.
A música não deve ser tomada como um meio de recreação, ela é, como diz professor Willems no seu caderno nº 0 “a expressão daquilo que o ser humano tem em si de mais profundo”.

Elementos essenciais do Método


1. Baseia - se nas relações psicológicas estabelecidas entre a música e o ser humano.
2. Não utiliza elementos extra musicais.
3. A Iniciação nesta 1ª etapa é essencialmente prática.

A atividade pedagógica do seu método compreende: canções, cultura auditiva, desenvolvimento do sentido rítmico, além dos nomes das notas e um simples vocabulário musical.

As Canções devem ser encaradas sob o ponto de vista educativo; canções simples, preparatórias para o instrumento, canções ritmadas, de intervalo etc.

O desenvolvimento auditivo educa a sensorialidade, a sensibilidade afetiva e consciência mental.
A 1ª etapa (sensorialidade) refere-se a fazer ouvir, reconhecer, reproduzir os sons. A atividade orgânica pode ser desenvolvida cada vez mais e para isso, é necessário o trabalho auditivo.

A sensibilidade auditiva encontramos na reação ao som isolado, movimento sonoro, intervalos melódicos, a melodia, intervalos harmônicos, acordes, enfim a harmonia.
Ela inicia no memento em que reagimos ao impacto sonoro. Musicalmente falando, é o elemento melódico, que provocará em nós reações afetivas bem diversas e sutis.

Pela inteligência auditiva tornamos-nos conscientes dos diversos elementos musicais.

Os exercícios rítmicos servem para despertar e desenvolver o sentido rítmico (instinto e consciência) enriquecendo a imaginação motriz, dinâmica. O ritmo deve ser considerado como um movimento ordenado e desempenhará um papel importante no trabalho musical.
Para desenvolver o sentido do tempo, do compasso etc, utilizar-se-á o movimento corporal, a marcha (quantitativamente e qualitativamente ).

A marcação dos compassos concorrerá para a tomada de consciência do ritmo.
Poder-se -á utilizar também um certo vocabulário como simples etiquetas.

Os princípios adotados devem poder manter o seu valor através de todo o estudo musical e referem - se aos elementos fundamentais da música, relacionados à natureza humana.
Não deve ser a música considerada apenas em si mesma.Ela é tributária de diversas
faculdades humanas, físicas, afetivas e mentais.
Façamos música, dentro de princípios verdadeiros e com amor. Assim, contribuiremos para um maior e melhor desabrochar da alma infantil
.


Revista Escola Marchinhas de Carnaval

Marchinhas de Carnaval
Apresente aos seus alunos esse gênero musical que faz parte das comemorações carnavalescas no Brasil há quase um século e aproveite para contar a história da festa mais popular do país por meio da música. Ao clicar sobre os títulos, você pode imprimir as letras ou reproduzir o áudio em sala de aula.

A jardineira

Allah-La Ô

Aurora

Cabeleira do Zezé

Cachaça não é água

Cidade maravilhosa

Está chegando a hora

Índio quer apito

Mamãe eu quero

Marcha do remador

Me dá um dinheiro aí!

Ó abre alas

Saca-rolha

Vai com jeito

Link Original: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/marchinhas-carnaval-670807.shtml

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Divulgando!!!



Aqui no Blog você encontra esse site na barra de arquivos a direita com o nome do Educador Uirá Kuhlmann.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Educação Musical: Projeto A Música Na Escola

O PROJETO

Este projeto tem como objetivo a contribuição para a instrumentalização de professores, em resposta à lei que determina a obrigatoriedade do ensino musical nas escolas de ensino básico.

Oferece material para consulta e reflexão para quem trabalha em sala de aula, por meio de propostas de conteúdos programáticos para o ensino da música; textos inéditos e sugestões práticas de exercícios, dinâmicas e processos a serem aplicados no dia a dia, nos mais diferentes contextos, faixas etárias e regiões do nosso país.

BLOCOS

O conteúdo deste projeto está estruturado em 4 blocos.

Aqui você vai encontrar artigos inéditos e exclusivos de músicos, pensadores, criadores e educadores.

Vai ver trechos das gravações das rodas de conversa, nas quais os colaboradores foram convidados a refletir sobre temas diversos, relacionados ao ensino musical.

As rodas também foram transcritas, para que você possa acompanhá-las na íntegra.

PRÁTICAS

Os colaboradores organizaram aulas práticas nas quais a musicalidade de cada aluno é estimulada através de vivências e exercícios interativos. Contemplam diferentes faixas etárias (infantil, ensino fundamental 1 e 2 e ensino médio). Pretendem mostrar como as atividades podem ser variadas, criativas e eficientes.


 faça o download do pdf aqui.




Roda de Conversa do projeto A Música na Escola. Participação de
Carlos Kater, Carlos Sandroni, Celso Favaretto, Fabio Zanon, Iramar Rodrigues, Ivan Vilela, Lucas Ciavatta, Lucas Robatto, Lucilene Silva, Magali Oliveira Kleber, Marcelo S. Petraglia, Marina Marcondes Machado, Marisa Trench de Oliveira Fonterrada, Mauro Muszkat, Melina Sanchez, Pedro Paulo Salles, Regina Porto, Renata Amaral, Ricardo Breim, Sergio Luiz Ferreira de Figueiredo, Teca (Maria Teresa) Alencar de Brito e Viviane dos Santos Louro

Ficha Técnica

  • Idealização


  • Gisele Jordão e Renata R. Allucci

    • Concepção e organização
    • Gisele Jordão, Renata R. Allucci e Sergio Molina
    • Coordenação geral
    • Gisele Jordão e Renata R. Allucci
    • Coordenação de conteúdo musical
    • Sergio Molina
    • Coordenação de conteúdo educacional
    • Adriana Miritello Terahata
    • Editorial
    • Renato Pezzotti
    • Kassìa Cáricol
    • Gustavo Novo
    • Artigos

    • Autores
    Berenice de Almeida, Camila Carrascoza Bomfim, Carlos Kater, Carlos Sandroni, Celso Favaretto, Elizabeth Travassos Lins, Ivan Vilela, Lucas Ciavatta, Lucas Robatto, Lucilene Silva, Magda Dourado Pucci, Marcelo S. Petraglia, Marcos Pupo Nogueira, Marina Marcondes Machado, Marisa Trench de Oliveira Fonterrada, Mauro Muszkat, Melina Fernandes Sanchez, Pedro Paulo Salles, Renata Amaral, Ricardo Breim, Sérgio Luiz Ferreira de Figueiredo, Teca Alencar de Brito e Viviane dos Santos Louro