quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Educação Musical: Série Pedagogias - Método Willems

Essa é a primeira postagem desta que pretende ser uma série falando sobre os principais pedagogos musicais e suas metodologias.

Escolhi um texto da educadora musical Carmen Mettig Rocha, uma das principais divulgadoras do método Willems aqui no Brasil.
O trabalho de Carmen merece uma postagem exclusiva devido o grande trabalho que ela realiza, vou colocar o link do IEM - Instituto de Educação Musical, que é a escola administrada por ela, lá tem mais textos sobre a pegagogia, livros para compra,  e os cursos oferecidos.


Não deixe de entrar nesse link a seguir onde você encontra muitos textos escritos pela Carmen Mettig Rocha.


Educação Musical Willems

Síntese

Carmen Mettig Rocha


É inegável o valor da música no processo do desenvolvimento da criança uma vez que promove a participação total do ser humano dinâmico - sensorial, afetivo,mental e espiritual.
Quando realizada dentro do verdadeiro espírito, a música colabora no desenvolvimento de todas as faculdades humanas, daí a necessidade de por a Educação Musical ao alcance de todos.
De acordo com os princípios do professor Edgar Willems (ver caderno nº 0 ), a
iniciação musical propõe-se a:

1. desenvolver nas crianças o amor pela música e prepará-los com alegria para a prática vocal ou instrumental da música.
2. Dar as crianças por meio meios apropriados e vivos, um máximo de possibilidades de aprenderem música, ainda que não sejam especialmente dotados para isso.
3. dar esta oportunidade quanto possível a todas as crianças o que é realizável, visto que os elementos fundamentais de atividade musical são próprios a todo ser humano Ao fazer esta afirmação pensamos no instinto rítmico, na audição, na sensorialidade, na emotividade, na inteligência ordenadora da criança.
4. Dotar a Educação Musical desde o começo de raízes profundamente humanas. Trata-se não apenas de ensinar “rudimentos da música” mas, ainda, sobretudo, de estabelecer as bases da arte musical. O contato com as crianças, suas reações, tendências e iniciativas dão, a este respeito, as mais valiosas indicações ao educador.
5. Favorecer por meio da música viva, o desabrochar da criança.
E como condições básicas indispensáveis ao educador, ele aponta:

• Amar a criança e a música.
• Conhecer as bases psicológicas de Educação Musical e a psicologia infantil.
• Encarar a música como meio de cultura humana.
Além disso, o professor deve ser dinâmico, receptivo à vida, possuidor de imaginação criadora, entusiasta e desta forma, ao mesmo tempo em que ele realiza um trabalho de Educação Musical ele permite a si mesmo um maior enriquecimento.
A música não deve ser tomada como um meio de recreação, ela é, como diz professor Willems no seu caderno nº 0 “a expressão daquilo que o ser humano tem em si de mais profundo”.
Elementos essenciais do Método

1. Baseia - se nas relações psicológicas estabelecidas entre a música e o ser humano.
2. Não utiliza elementos extra musicais.
3. A Iniciação nesta 1ª etapa é essencialmente prática.
A atividade pedagógica do seu método compreende: canções, cultura auditiva, desenvolvimento do sentido rítmico, além dos nomes das notas e um simples vocabulário musical.
As Canções devem ser encaradas sob o ponto de vista educativo; canções simples, preparatórias para o instrumento, canções ritmadas, de intervalo etc.
O desenvolvimento auditivo educa a sensorialidade, a sensibilidade afetiva e consciência mental.
A 1ª etapa (sensorialidade) refere-se a fazer ouvir, reconhecer, reproduzir os sons. A atividade orgânica pode ser desenvolvida cada vez mais e para isso, é necessário o trabalho auditivo.
A sensibilidade auditiva encontramos na reação ao som isolado, movimento sonoro, intervalos melódicos, a melodia, intervalos harmônicos, acordes, enfim a harmonia.
Ela inicia no memento em que reagimos ao impacto sonoro. Musicalmente falando, é o elemento melódico, que provocará em nós reações afetivas bem diversas e sutis.

Pela inteligência auditiva tornamos-nos conscientes dos diversos elementos musicais.

Os exercícios rítmicos servem para despertar e desenvolver o sentido rítmico (instinto e consciência) enriquecendo a imaginação motriz, dinâmica. O ritmo deve ser considerado como um movimento ordenado e desempenhará um papel importante no trabalho musical.
Para desenvolver o sentido do tempo, do compasso etc, utilizar-se-á o movimento corporal, a marcha (quantitativamente e qualitativamente ).
A marcação dos compassos concorrerá para a tomada de consciência do ritmo.
Poder-se -á utilizar também um certo vocabulário como simples etiquetas.
Os princípios adotados devem poder manter o seu valor através de todo o estudo musical e referem - se aos elementos fundamentais da música, relacionados à natureza humana.
Não deve ser a música considerada apenas em si mesma.Ela é tributária de diversas
faculdades humanas, físicas, afetivas e mentais.
Façamos música, dentro de princípios verdadeiros e com amor. Assim, contribuiremos para um maior e melhor desabrochar da alma infantil.

Um comentário:

  1. Ambientes barulhentos agridem

    Na 22ª. segunda semana de gravidez, a cóclea, órgão que abriga todos os componentes da audição dentro da orelha interna, já está completamente formada. Isso quer dizer que o bebê ouve a mesma coisa que você.

    Estudos já demonstraram que o líquido amniótico pode amplificar alguns tipos de som, como os muito graves. A voz da mãe também é amplificada em cerca de 5 decibéis.

    Um estudo chegou a mostrar que mulheres que trabalhavam oito horas por dia num ambiente de muito barulho (em volumes que exigiam proteção auricular) corriam mais risco de ter bebês com problemas auditivos.

    Além disso, é preciso considerar que um barulho muito forte faz com que o organismo da mãe produza hormônios ligados ao estresse, fazendo o coração acelerar, o que não é bom para a saúde cardíaca do bebê.

    Os bebês, desde o útero materno, ouvem e reconhecem vozes. Sabe-se também que são capazes de sentir emoções da mãe, de se assustar e que após o nascimento terão memórias da vida intra uterina.

    O psiquiatra canadense Thomas Verny explica no livro “Bebês do Amanhã: Arte e Ciência de Ser Pais”, que desde os primeiros meses de gestação, a criança é capaz de identificar certos acontecimentos.

    “Com 4 meses e meio, se você acender uma luz forte na barriga de uma gestante, o bebê vai reagir. Se fizer um barulho alto, ele tenta colocar as mãos nas orelhas. Se colocar açúcar no liquido amniótico, ele vai dobrar a ingestão. Bebês gostam de açúcar! Quando se coloca algo amargo, o bebê para de tomar o líquido e faz cara feia. Eles sentem a diferença entre doce e amargo, reagem à luz, ao toque e ao barulho.”

    Vídeo-game e todos os brinquedos sonoros devem ser avaliados pelo som que emitem. “O sistema auditivo é um órgão sensorial extremamente delicado e passível de lesões se for muito carregado, principalmente em bebês, que têm uma sensibilidade auditiva muito apurada. A célula ciliada do ouvido interno do bebê sofre com o ruído excessivo e esse abuso pode acabar levando à sua destruição”, alerta o otorrinolaringologista Jamal Azzam.

    A indicação é sempre manter os pequenos longe de ambientes muito barulhentos, seja um local fechado ou na rua, onde o som do trânsito também causa incômodo. Se for inevitável fugir desses locais, o ideal é proteger os ouvidos da maneira certa. “Muitos pais usam algodão para tapar o canal auditivo, mas isso não garante a vedação necessária do som. Uma opção é usar fones de ouvido de boa qualidade que preservem a audição”, finaliza Azzam.

    “Há uma região no cérebro chamada “tálamo”. Esta é a parte do cérebro na qual a música é percebida. No tálamo as emoções, sensações e sentimentos são percebidos antes destes estímulos serem submetidos às partes do cérebro responsáveis pela razão. A música, portanto, não depende do sistema nervoso central para ser assimilada imediatamente pelo cérebro. Ela passa pelo aparelho auditivo, pelo tálamo e depois vai ao lobo central.

    A “batida” que substitui o ritmo provoca um estado de emoção que a mente não discerne. Desorganiza a química. As batidas graves da percussão afetam o líquido cerebrospinal.
    O volume (amplificado) das músicas acima de 50 decibéis prejudica a audição e a saúde cerebral”.

    Ivone Boechat

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